Fernando Pessoa é a partir de hoje tesouro nacional por determinação do Ministério da Cultura que publicou ontem em Diário da República o decreto-lei que assim designa o espólio do poeta de ‘Mensagem’.
Na origem desta decisão está a preocupação do Estado em "evitar o risco de dispersão, deterioração ou perecimento" do espólio documental de Pessoa.
Esta classificação "de bem de interesse nacional" e "tesouro nacional" contempla "a universalidade de facto composta por todos os documentos produzidos ou reunidos por Fernando Pessoa", lê-se.
"Se para qualquer autor o espólio testemunha vivências relevantes do percurso seguido no acto de criação, registando as respectivas técnicas e os hábitos de trabalho, no caso de Fernando Pessoa os autógrafos e demais documentos genéticos que integram o seu espólio tiveram, e continuarão a ter, um valor fundacional do legado conhecido e por conhecer", acrescenta.
O texto do mesmo diploma sustenta ainda que, tendo o poeta publicado em vida apenas uma décima parte da sua obra, esta circunstância, "de não ter levado a termo a edição da sua obra, e as dos seus heterónimos, atribui ao seu espólio um valor cultural único".
"Nesse espólio encontram-se plasmados os valores de memória, autenticidade, originalidade, singularidade e exemplaridade do génio do autor", lê-se ainda, mais adiante.
Este decreto-lei, publicado ontem mas que só hoje entra em vigor, foi aprovado em Conselho de Ministros no dia 30 de Julho. Do processo que culminou neste procedimento, recorde-se ainda que, em Novembro último, a Biblioteca Nacional adquiriu aos sobrinhos herdeiros de Fernando Pessoa (Manuela Nogueira e Luís Miguel Rosas) muitos dos lotes levados a praça pública em leilão que não escapou a polémicas.
O espólio integra documentos vários, nomeadamente manuscritos e, entre a correspondência pessoal do poeta, uma pérola: o Dossiê Pessoa-Crowley.
Ja não era sem tempo.
Fica aqui em titulo de comemoração um trabalho de Mario Viegas tambem ja falecido onde retrata o Poeta.
15/09/2009
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