BEM VINDO! Aviso á tripulação! Aqui inicia-se mais um blog neste oceano tão vasto que é a Blogoesfera.Aqui irão ser trazidos e comentados varios assuntos que acho que sejam de salientar. Sintam-se á vontade para participar ,falem bem ou falem mal mas falem Então apertem os cintos.Vai-se iniciar a viagem. .

27/09/2009

Pobreza envergonhante.


Com o aumento do numero de casos de miseria nos ultimos anos e enquanto nas campanhas se discute quem anda a escutar quem e se ha ou não asfixia democratica a Caritas resolveu fazer o que os outros ignoram e criar uma forma de ajudar familias que estão em situação de miseria e com vergonha de se verem nessa situação.Haja alguem que se mova para ajudar os que mais necessitam neste País.


A Cáritas Portuguesa vai criar uma nova forma de ajuda às famílias carenciadas, através de cheques pré-comprados, que depois podem ser descontados nos restaurantes, supermercados e estabelecimentos de ensino. A medida, anunciada ontem em Fátima, visa "combater a pobreza envergonhada".


'Há pessoas em dificuldade que têm vergonha de ir aos centros de apoio. Com este sistema podem comer num restaurante ou fazer compras no supermercado', sem serem rotuladas como carenciadas, explicou ao CM Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas.

A campanha entrará em vigor nos próximos dias, ao abrigo de um protocolo entre a Cáritas e a Ticket Restaurant de Portugal. Os cidadãos solidários podem adquirir tickets restaurante ou ensino, com valores entre os cinco e os 15 euros.

Esses tickets serão depois enviados para a Cáritas e distribuídos pelas delegações diocesanas para serem entregues às famílias com dificuldades económicas. Além do auxílio alimentar, com o ticket ensino, o projecto procura ajudar os encarregados de educação a suportarem as despesas nos infantários frequentados pelos filhos. No entanto, a campanha só produzirá efeitos com a solidariedade dos portugueses, alerta Eugénio Fonseca.

O aumento do número de casos de miséria e de fome levou a Cáritas a destinar 35 por cento dos resultados da operação ‘10 milhões de estrelas – um gesto pela paz’ para os novos desempregados.

TRÊS MIL LARES SEM COMIDA

A Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa reuniu-se ontem em Fátima para preparar o próximo Conselho Geral e debater, entre outras questões, a evolução da situação social e económica do País. O levantamento das situações mais dramáticas foi um dos pontos em análise, mas Eugénio Fonseca recusou falar sobre o estudo, alegando que só estará concluído no final do ano. De qualquer forma, até agora, já foram contabilizados mais de três mil lares onde se passa fome, como noticiou o CM no início da semana. O aumento do número de desempregados, sobretudo os que resultam do encerramento de empresas familiares, está a provocar o aparecimento de 'novos pobres'. 'Têm dificuldade em aceitar a pobreza e quando pedem ajuda a Cáritas já não pode fazer nada', lamenta Eugénio Fonseca.

SAIBA MAIS

FAMÍLIAS NUMEROSAS

Idosos e famílias numerosas estão entre os grupos de risco a cair em situação de pobreza.

2 000 000 de portugueses em risco de viver em situação de pobreza. Um português em situação de pobreza vive com o máximo de 360 euros por mês.

Januário Torgal Ferreira Vogal da Pastoral Social, sobre campanha para combater a pobreza

Correio da Manhã – A vergonha de assumir as dificuldades económicas pode dar uma ideia errada da situação real ao nível social?

D. Januário Torgal Ferreira – A fome já existia. Agora é que se fala mais porque se agravou com a crise internacional. Mas este problema já era sentida no tempo do Durão Barroso. Digamos que a grande crise rebentou no período de António Guterres. No campo da migração, por exemplo, assisti às maiores misérias. Houve um progresso bom, mas há ainda muito a fazer.

– A generosidade dos portuguesas tem-se notado nestes tempos de crise?

– Sim. Tem havido uma generosidade enorme por parte do povo português, sobretudo nas contribuições para o banco alimentar. Há muito mais gente aberta e disposta a dar porque sabe que há mais gente a pedir.

– As pessoas com mais possibilidades económicas também estão mais solidárias?

– Há muitas pessoas ricas que estão mais solidárias, mas acho que nunca se ganhou tanto com a crise e com a exploração como agora.

– Em alturas de crise a Igreja é mais procurada pelas famílias em dificuldade. É frustrante não conseguir dar resposta a todas as solicitações?

– A Igreja é a que dá mais e está a fazer um esforço muito grande. Tal como Deus deu a vida para ajudar o próximo, também a Igreja deve dar a vida para auxiliar quem mais precisa.

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